quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Na hora das gaivotas

Na hora das gaivotas
arrepia-te a pele
com a brisa
que levanta a areia
onde escondes os pés.
o sol encosta com jeitinho ao mar,
fechas os olhos e sorris.
ouves sem ouvir
a discussão animal,
luta diária
dum punhado de penas.

Na hora das gaivotas
sinto-te,
respiras.
a minha mão
sente a tua pele arrepiada.
quase que me torno teu sem o ser.
mas não olhas para mim aqui ao lado,
os olhos estão fechados,
faço parte da praia.
mas quero-te,
quando te sinto, quero-te...

Na hora das gaivotas
o sol afoga-se no mar.
tento que fiques
e lanço no céu a lua
para que abras os olhos.
quero-te aqui
só comigo.
deitas-te na areia
soltam-se os cabelos com um sopro
e agarro-te.
já vou tarde. foges...

Na hora das gaivotas
tenho medo de sentir.
desespero o nascer da estrela
antecipo a nausea da paixão
mais um dia...solidão