quarta-feira, 24 de novembro de 2010

...

Que necessidade é esta de dizer ao mundo que amo alguém

Tempestiva vontade de gritar “amo-te”

Mesmo que não tenha agora quem me abrace ou adore

Ou o meu coração só viva para que eu respire

Que brutalidade de sentimento virtual

Vulcânica urgência de cuspir palavras

Mesmo que não sinta ou pense

O amor ou a saudade…

Que liberdade tenho se me sinto preso

Que peso é este se me sinto leve

Que amor é este se sinto que nunca amei…

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Baú

Subo ao sotão que me esconde
abro portas que me protegem
sinto o frio, o medo, os vultos
oiço o ranger, o tremer, os vivos
mas avanço no escuro sem hesitar
e a meio volta-me o medo milenar...
de amar.
Chego ao baú que quero abrir
o baú que me faz sofrer
baú dos sentidos, dos corações sofridos
dos momentos vividos, não escondidos
antigas sensações de ardor...
momentos de amor.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Acabem com o amor

Assobiam os montes

E as searas também

Para deixarem de ouvir

Os lamentos de quem sofre por amor, e bem…


Rugem os mares e os rios

As pedras, os troncos

Para que se calem

Aqueles que amam demais e são loucos


Gritam as flores “por favor”

As nuvens e os animais

Que façam silêncio

Os amantes sentimentais


A Mãe quer que haja um fim

Desse sentimento que enlouquece

Obcecado, egoísta, alienado,

Destrutivo, guerreiro corrosivo,

Amaldiçoado sentimento que sufoca, que provoca,

Quem sofre por ele, quem ama demais ou outros que tais…


Que seja o seu fim

Que fiquem inertes de coração

Que acabe a arte da sedução

Que se feche a porta da emoção

Que a porta que se abra seja só razão…

Que se acabe com a magia do amor

Que já não haja mais aquele calor

Que o coração já não sinta dor

Que seja só pensar a flôr.

Que se pense, e aí sim…