sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A fonte, o embondeiro e o miúdo

Deixei de beber da fonte
que me dava vida
voltei-me para dentro
certo de que havia maneira
de levar meses sem sede.
No caminho que escolhi
fui parar ao mesmo sítio
mas a fonte que deixei
amargou, ficou ácida
de tristeza do abandono
daquele que a tornava plácida.

Larguei um novo embondeiro
que me enraizava na terra
forte, robusto, imponente
esfaquei-o mesmo no ventre
sem olhar o que me espera.
Desci o monte onde habitava
novo embondeiro a morrer
esqueci-me que tão forte planta
não morre tão fácilmente
mas o golpe era tão grande
estava enorme, ainda vertia
e o embondeiro dos meus sonhos
ensanguentado, e seco...desaparecia.

Miúdo sou por fugir da natureza
cresci no caos calmo da solidão
na tempestade, na confusão
e quando me deparei com a beleza
de uma fonte e um embondeiro
fugi de um medo que desconhecia
fugi de um amor verdadeiro...

Um comentário:

Anônimo disse...

infelizmente para mim...mas real


Rudi Costa